Por enquanto, nada muda na Câmara de Vereadores, onde o prefeito ACM Neto (DEM) ainda poderá contar com o apoio dos seis vereadores do PTN, maior fatia de legisladores do grupo de situação. Mas, a qualquer momento, isso pode mudar. Em conversa com o Bahia Notícias, para comentar a saída de João Carlos Bacelar (PTN) da Secretaria Municipal de Educação (Smed), o vereador Carlos Muniz (PTN), que já tinha liderado uma revolta interna que pedia ao ex-gestor a entrega do cargo, foi claro ao dizer que o prefeito pode perder os aliados. “Não tem mais cargo, ou seja, não tem mais obrigação. Por enquanto, não existe mudança, continuamos na base do governo. Mas, o PTN está livre para conversar com qualquer um. Hoje, somos da bancada de ACM Neto, mas podemos deixar. Se a maioria [dos vereadores] quiser que saia, a gente sai”, decretou. Muniz ainda alegou que Bacelar não foi demitido, apesar da enxurrada de denúncias contra o ex-secretário, sendo a mais recente o aluguel de 50 tablets por R$ 300 mil, durante seis meses, o que representa um valor seis vezes acima do mercado e a rejeição das contas da legenda pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Para ele, o desgaste foi “natural”, pelo fato de Bacelar ser o “único de João Henrique [ex-prefeito de Salvador]” que continuava no comando uma das pastas da gestão municipal. Sobre as denúncias, Muniz apenas declarou que “todas as acusações serão explicadas”.
O vereador também comentou os bastidores da saída do ex-secretário e garantiu que o PTN não quis indicar qualquer substituto e preferiu ficar sem um nome no primeiro escalão da equipe de ACM Neto, além de negar um acordo para que a prefeitura auxiliasse na campanha do ano que vem. “Não fizemos exigências. O partido ponderou que deve ajudar a cidade e não atrapalhar. Se fosse brigar por cargo, poderia atrapalhar”, avaliou. Contudo, Muniz deixou claro que a legenda está disposta a conversa com qualquer um. “Podemos ser convidados para participar do governo do Estado e, assim, viraríamos situação em nível estadual e poderíamos ser oposição em nível municipal”, sinalizou o vereador, que assegurou que “ainda” não teve qualquer conversa com o Palácio de Ondina ou outros partidos. Ele também declarou que Bacelar pediu a opinião do partido sobre a intenção de deixar o governo municipal e voltar para a Assembleia Legislativa. “Ele vai cuidar do partido para 2014, organizando a eleição. Em 2010, aumentamos de um para três deputados. Em 2012, chegamos a seis vereadores. E em 2014 a intenção é conseguir eleger seis deputados estaduais. Bacelar quer voltar para a Assembleia e é a pessoa ideal para isso [planejar o pleito de 2014]”, disse. Sobre o futuro de Uziel Bueno dentro do PTN, já que o apresentadordeixará o mandato na Assembleia, Carlos Muniz foi taxativo ao ser questionado se há a intenção de ceder espaço para o jornalista dentro do diretório: “Não”.